Pedro Barroso, nasce em Lisboa, em 1950, mas com poucos dias de vida regressa a Riachos, terra natal do seu pai. Já, em 1965, estreia-se no Teatro radiofónico com Odette de Saint-Maurrice na então emissora Nacional e, em 1969, estreia-se como cantor e autor , no programa Zip-Zip. Um ano mais tarde grava o seu primeiro disco “Trove Dor” e integra a companhia de Teatro Experimental de cascais.
Em 1973 conclui a sua licenciatura em Ed.Física e dá aulas durante 23 anos. Mais tarde tira uma pós-graduação em psicoterapia Comportamental, sendo pioneiro no de crianças surdas-mudas através da musicoterapia.
Volta entretanto a estudar piano com a Prof. Luísa Bruto da Costa e mais tarde canto com o tenor Carlos Jorge. Dirige actividades e lecciona no Orfeão Académico de Lisboa. Cursou em 1974 com o professor Schingelinge da Academia Mozart, de Viena de Áustria, num curso livre organizado pela Fundação Gulbenkian para instrumentistas de orquestra.
Após o 25 de Abril, escreve e apresenta programas de rádio e televisão, enquanto mantém com regularidade uma produção discográfica, compondo grandes êxitos que o país aprendeu.
Ao longo da sua carreira actuou praticamente em todas as grandes salas do país (Coliseu, Aula Magna, Fórum Lisboa, Rivoli, Pavilhão Atlântico…), e fora dele, na Alemanha, Bélgica, Canadá, Espanha, EUA, França, Holanda, Hungria, Luxemburgo, China, Suíça e Suécia.
Em 1981 recebeu troféu Karolinka, em 1986, o prémio para a melhor canção, com “Menina dos Olhos d’água”, foi o melhor disco de 87, recebeu o diploma de mérito da Secretaria de Estado do Ambiente pelos serviços prestados à causa do Ambiente, em 1988, o Troféu Lusopress para o melhor compositor português, em 1993, o troféu Pedrada no charco, no mesmo ano menção de Mérito Cultural do Município de Newark em 2003 e, melhor Disco em 2005. Foi ainda distinguido com a chave da cidade de Danbury (USA), Diploma de mérito da vila de Constância e é Maestro Honorário da Tuna de Veteranos de Viana do Castelo.
Integrou a Grande Gala da Música e do Bailado (Teatro S. Luís, Lisboa, 93) junto com a Orquestra Gulbenkian e o Ballet de Monte Carlo. Foi convidado para actuar no Luxemburgo, integrado nas actividades do Ano Europeu da Cultura em 1994. No mesmo ano, foi agraciado pela Casa do Ribatejo com o título de “Ribatejano Ilustre”.
Cultiva um estilo pessoal onde a poesia, a independência, a frontalidade e a ironia têm o seu lugar. Os seus concertos são como que “encontros de amigos”, onde se estabelece uma funda cumplicidade. Normalmente escreve, arranja, orquestra e dirige os seus próprios trabalhos. Para tal, dirigiu em gravações, até hoje, entre outros, os corais Phydelius, Cramol e o Coro de Santo Amaro de Oeiras.
Com a atribuição a José Saramago do Prémio Nobel da Literatura torna-se num dos muito poucos autores que com ele partilha obra publicada (após trabalho conjunto, o tema "Afrodite", in "Os poemas possíveis", foi musicado e integra o LP "Água mole em pedra dura")
É solicitado frequentemente, enquanto homem de opinião, para sessões culturais, colóquios, encontros, tertúlias e palestras por todo o país.
No ano de 2000 é convidado para inaugurar o Café Literaire Fernando Pessoa em Genève.
Membro activo da comunidade artística e musical integrou a direcção do Sindicato dos Músicos e foi autor em 2002 do polémico Manifesto sobre o estado da Música Portuguesa que promoveu uma reflexão profunda do país sobre os seus Autores, com audições junto de todos os Grupos Parlamentares e audiência do Ex.mo Sr. Presidente da República.
A par com uma fecunda discografia como autor e compositor (cerca de 30 discos editados, entre Ep’s, singles, LP’s, CD’s, Antologias várias e discos colectivos), tem publicado também poesia ("Cantos falados" Ed. Ulmeiro, 1996; "das Mulheres e do Mundo" Ed. Mirante, 2003) e ficção, pois lançou em 2005 o seu livro “A história maravilhosa do País bimbo”, uma reflexão amarga e irónica sobre a sociedade portuguesa. Nesta conformidade tem integrado vários Júris literários onde avultam o Prémio Manuel Teixeira Gomes e o Concurso Calidum de Poesia Galaico-Portuguesa.
Celebrou no ano de 2004 o seu 35º aniversario de autor, poeta e compositor lançando o CD "Navegador do Futuro"(Ed. Ocarina) e com actuações e concertos em Abrantes, Angra do Heroísmo, Barreiro, Benavente, Caldas da Rainha, Guarda, Leiria, Setúbal, Porto, Ponte de Lima, Riachos, Valença e Vila do Conde. O Museu do Trabalho de Riachos inaugurou, nessa ocasião, um sector onde passou a estar exposta a sua primeira viola e alguma documentação alusiva à sua vida e carreira.
Considerado como um dos últimos trovadores de uma geração de coragem que ajudou pela canção a conquistar as liberdades democráticas para Portugal, foi convidado da Associação 25 de Abril para integrar a noite de homenagem às “Vozes de Abril” no Coliseu de Lisboa, em Abril de 2008.
Celebrou em 2009 40 anos de carreira, em espectáculos a que deu o título” “40 anos de Música e Palavras” e que fizeram uma ampla cobertura do País.
Continua a constituir-se como uma referência sempre diferente, emocional e de ideias próprias, um pouco a contra-corrente, nos seus concertos, repletos de ironia, comunicação e sensibilidade.
Elaborado por Rosa Vieira
Fontes