NOSYVOZES
NOSYVOZES

              

     Os Nosyvozes não nascem de forma premeditada, mas de uma forma diferente dos outros grupos; Luís, o elemento mais antigo e o veterano da banda, fazia parte, nos anos 90, de um movimento de acção católica, “Movimento de jovens, com jovens e para jovens”, do qual era coordenador, em Riachos.

     Nas reuniões deste movimento, direccionado para os jovens, foi questionado quando à possibilidade de ensinar alguns acordes na guitarra, na verdade Luís não sabia mais do que isso mesmo, uns acordes, mas prontificou-se para passar esse saber aos jovens interessados. Assim, de amigo em amigo do amigo, o grupo foi crescendo, ao modo de uma bola de neve, de tal maneira que obrigou à subdivisão do grupo em vários grupos, com diferentes dias e horas de ensaio. O grupo ensaiou desde sempre no espaço da Igreja e os valores da amizade, da partilha, da alegria sempre foram explorados e incutidos. A prová-lo estão os vários convívios, passeios e serões organizados onde a música se fundia com a descontracção típica dos momentos de amizade, familiaridade e liberdade.

     A primeira apresentação ao público foi feita na festa da bênção do Gado de 1993, a convite da organização. Para esta festa, o grupo fez a sua aparição ainda com o nome provisório de Grupo Esperança, a esperança era a de que fossem de facto um grupo e com a elaboração de temas inéditos da sua autoria. Pouco depois surge o nome definitivo da banda e que dura até hoje, Nosyvozes.

     Entretanto, os elementos foram crescendo com o grupo e com eles os compromissos da vida adulta, como o trabalho, o casamento, a família, que foram obrigando à sua saída. Mas isto não ditou o seu fim, de geração em geração uns vão saindo e outros entrando, permitindo a continuidade do grupo.

Por ele passaram músicos de sucesso como Teresa Tapadas, Luís Santos, elementos da banda filarmónica e, hoje, na sua quarta geração, fazem parte dele jovens que mantêm outras bandas e que prometem sucesso, permanecendo na íntegra as características que os distanciam dos outros grupos: o espírito de partilha e amizade, o convívio, a entrega, entre outros. Também o local de ensaios continua a ser a Igreja, onde o grupo ensaia subdividido um reportório de músicas de outros músicos.

     As suas actuações são gratuitas, feitas por convite, e têm como palco desde lares da terceira idade, escolas, festas populares, baptizados, entre outros.

     Luís, o iniciador e mais antigo elemento do grupo resume os cerca de 20 anos de trabalho num enorme crescimento, não só dos vários elementos que passaram pela banda e que ajudou a crescer, como também o seu próprio crescimento em simultâneo com eles, o que lhe deu e continua a dar um enorme prazer.

Elaborado por Rosa Vieira

Fontes: Entrevista com veterano da banda