Manuel dos Santos
Manuel dos Santos

          

     Manuel dos Santos, celebre matador de touros português, nasceu em 1925 em Lisboa.

     Recebeu o seu nome, tal como o gosto pela festa brava, do seu avô Manuel dos Santos “Passarito”, que o criou na Golegã. O ambiente da terra e os familiares ligados à arte de tourear fizeram com que se apresentasse a público com apenas 13 anos. Tratava-se apenas de uma vacada porém chamou a atenção do Mestre Patrício Cecílio que o ensinou.

     Em 1950 foi o matador de touros mais solicitado do mundo. Criou a “dossantina”, um novo passo de muleta e no seu currículo consta uma assistência de 100 mil espectadores em Jacarta, na Indonésia. Ganhou o prestigiado prémio mexicano “Rosa Guadalupana” e em Espanha foi condecorado cavaleiro da Ordem de Isabel, a Católica. Em Portugal recebeu, a título póstumo, o grau de comendador da Ordem de Benemerência e a medalha de mérito das Comunidades Portuguesas.

     Tomou alternativa a 14 de Dezembro de 1947,concedida por Fermín Espinosa “Armillita” na praça El toreo, no México. Nessa corrida renunciou alternativa depois de levar uma violenta cornada e partir o fémur.

     Faz a sua primeira apresentação como bandarilheiro em Lisboa, a 26 de Julho de 1944,  mantendo a sua carreira académica. Parte então para Sevilha para concretizar o seu sonho de se tornar matador de touros.

     A 26 de Junho de 1947, em Badajoz, Manuel dos Santos sai em ombros depois de cortar três orelhas e um rabo. Seria então o primeiro de muitos triunfos.

     Andou por Portugal e Espanha mas também por países da América Latina como o México, Venezuela e Colômbia.

     Em 1951 foi preso depois de ter morto um toiro na praça do Campo Pequeno, passou a noite na prisão mas acabou por ser absolvido.

     Em 1953 , dois violentos acidentes e duas intervenções cirúrgicas a nível do menisco obrigam-no a abandonar provisoriamente a actividade tauromáquica. Contudo, a sua insaciável paixão pelas corridas levam-no a retomar as lides, em 1960, com menor frequência.

     Actua até 1972 em algumas corridas e em festivais para beneficência. Nunca deixou de estar ligado à festa brava: explorou a Sociedade Campo Pequeno e outras praças da capital. Criou, ainda, a Ganadaria de Porto Alto, no distrito de Santarém.

     Morre a 18 de Fevereiro de 1973 num desastre de automóvel.

Elaborado por Rosa Vieira

Fontes:

https://www.rtp.pt/gdesport/?article=670&visual=3&topic=1